quinta-feira, 12 de julho de 2012

A Guerra dos Botões



   Junte meia dúzia de crianças estereotipadas que se digladiam pelas ruas, uma mãe que explora o filho no melhor estilo mexicano, um soldado combatente da Guerra da Argélia que aparece e some do nada, um moleque protagonista que daria um excelente shonen, e um professor mala que funciona como mentor dele, e você tem o enredo de A Guerra dos Botões, a mais recente adaptação do livro de Louis Pergaud para os cinemas. O filme parece querer pegar carona no relativo sucesso de O pequeno Nicolau e as duas histórias realmente têm muitos pontos em comum, já que ambas tem a trama focada na inocência das crianças.


   A Guerra usa como pretexto os embates entre meninos de aldeias rivais do sul da França durante os anos de 1960, para discutir questões como união, amizade, cumplicidade, independência e futuro sem parecer presunçoso ou querer dar alguma lição de moral. A fotografia é legal e os atores, em especial as crianças, não fazem feio. Tudo isso compensa a falta de originalidade do enredo, o desfecho previsível, o uso excessivo de piadas calcadas em erros de oralidade, grafia e significado de determinadas palavras cometidos por crianças e a aparição do já mencionado soldado da Guerra da Argélia que em nada acrescenta à história.

   Em suma, o filme não é nenhum Um Corpo Que Cai, mas não faz feio, cumpre bem seu papel: emociona e diverte. De caráter idílico, “A guerra dos botões” cheira a nostalgia, não ligada à época na qual a história se passa, e sim à infância. Saímos da sala de cinema com vontade de ser criança. Ou de ter uma. E que de preferência fale francês. Recomendadíssimo!




por Luiz Braga

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